Porque seres espirituais ditos “evoluídos” na Umbanda fumam e bebem?


O médium de Umbanda enquanto encorporado a uma entidade espiritual (veja que o espirito não entra dentro do corpo do médium, pois isso é caracterizado como possessão, ele fica ao lado do médium, acoplado em seus chacras ou centros de energia vital e através dessa ligação se manifestam mental e fisicamente no corpo do médium) enquanto está em uma gira de Umbanda, seus corpo físico recebe toda a carga de energias negativas que buscam invadir a gira e encontrar uma brecha, além de que quando alguém consulta com a entidade do médium (é chamado consulta quando alguém de fora busca auxilio com a entidade encorporada) essa pessoa descarrega toda sua carga emocional e energias negativas de todas as mazelas que está passando no momento enquanto está em contato e se comunicando com a entidade no corpo físico do médium, existe também o fato de pessoas que estão acompanhados de “encostos” que são espíritos desencarnados que estão acompanhando a pessoa seja como um familiar morto que não se deu conta de sua nova realidade e fica seguindo a pessoa e tentando se comunicar, acabando por sugar a energia dela (vide lendas de vampiros) ou mesmo seres sem luz que trabalham em troca de elementos de baixa vibração como sangue e outros elementos considerados sagrados e proibidos como alimento energético, esses seres são muitas vezes pagos para atrapalhar a vida das pessoas. Elucidarei isso em outro post com as ideias de “amarração amorosa” e semelhantes.
Quando essa pessoa consulente despeja toda sua carga energética através de contato direto, o corpo do médium (físico e energético) acaba sofrendo esses choques de energia e muitas vezes algumas delas se grudam ao corpo do médium incorporado, nesse sentido entra o fundamento da bebida e do tabaco dentro do terreiro de Umbanda usado por algumas entidades.
Primeiramente, só é permitido a uma entidade fazer uso desses elementos, quando ela se confirma dentro do terreiro. Confirmar significa que a entidade passou junto ao médium todo o processo de desenvolvimento, ligação e afinidade de energias e já consegue se acoplar ao corpo energético do médium de maneira a se manifestar mental e fisicamente. Quando isso acontece, a entidade deve “riscar seu ponto” ou seja, é lhe dado um tablado e uma pemba, que são um pedaço de madeira quadrado como se fosse um quadro e uma espécie de giz escolar branco ou de outras cores, essa entidade risca esse tablado com símbolos cabalísticos próprios, que depois de analisados pela entidade chefe da casa, funcionam como a “identidade astral” daquele ser, para que se saiba se ele realmente é quem diz ser ou é apenas um espírito zombeteiro ou o próprio médium tentando se passar pelo real dono do nome. Quando essa entidade se confirma, ela diz o nome da falange ao qual atua (não se usa nomes próprios pois eles já não encarnam e como usaram vários nomes em várias vidas, é dado o nome da hierarquia espiritual ao qual pertence) diz quais elementos usa para trabalhar (tipos de ervas, velas e cores) seus campos principais de atuação (encaminhamento de espíritos, guarda e sentinela do terreiro, abertura de caminhos etc) quais são os tipos de roupas e cores que usam (capas e cartolas por exemplo protegem uma boa quantia de choques energéticos que o médium venha a tomar, principalmente na coroa ou chacra coronário) e qual sua bebida e fumo preferido para descarrego, além de guias (colares de contas usados no pescoço do médium) dentre outras particularidades.
Quando essa entidade, já firmada e confirmada pede sua bebida e fumo característicos, cabe ao médium usar do bom senso para não acabar interferindo no uso enquanto existe a comunicação. Médiuns que tem problemas com vícios alcoólicos por exemplo podem até ser proibidos de deixarem suas entidades beberem, pois de uma forma ou outra o corpo físico do médium também absorverá o álcool como uma lei material natural, podendo trazer desejo do médium beber mais.
Assim, conforme explicado pelas próprias entidades, o médium recebe muita influência energética negativa durante os trabalhos, então citarei cada um dos fundamentos do álcool e do tabaco:
O tabaco é uma planta usada milenarmente por diversas tribos em seus rituais, é uma planta que recebe primeiramente a influência do elemento TERRA, e para crescer e desenvolver necessita do elemento AGUA, depois de secado suas folhas e transformado em um charuto por exemplo, é acendido e permanece queimando no elemento FOGO e exalando sua fumaça (que não precisa e nem deve ser tragada) através do elemento AR, por isso é comum nas giras a entidade soprar a fumaça as vezes no descarrego energético dos consulentes, pois é a transformação dos 4 elementos sendo usada para desagregar energias mais densas, assim como no próprio médium enquanto a entidade faz uso.
O álcool é um dos elementos naturais de mais fácil combustão e transformação de seu estado para outro plano. É muito utilizado para limpeza e para gerar energia devido as suas propriedades. Ele é extraído da cana, uma planta que cresce na influência do elemento TERRA e AGUA, depois de feito o processo e transformado em bebida ele “desce queimando” e evapora no ar, utilizando dos dois outros elementos FOGO e AR para isso. Quando ingerido em pequenas quantidades, serve principalmente para limpar o corpo físico do médium ao mesmo tempo que sua evaporação e combustão permitem a limpeza energética. O uso de bebidas em rituais tribais é tão antigo quanto o do tabaco.
Existem outros fundamentos que explicam ainda mais a fundo questões dos porquês de uso desses elementos pelas entidades, creio que não convém me alongar mais no assunto, pois o mais prático já está sendo aberto nessa explicação.
É totalmente um mito e irracional achar que seres que julgamos mais evoluídos, fariam uso de bebida e álcool como costumes ainda que tinham enquanto encarnados. Já ouvi de entidades, que se eles precisassem desse tipo de coisa como o povo acreditam, se encostariam em bares e botecos para sugar a energia desses elementos antes de vir para a gira, essa necessidade é nula e não existe aos espíritos da Umbanda, tanto que em muitos casos as entidades não fazem uso deles, ou mesmo se o médium está em algum tratamento de saúde usando medicamentos, eles respeitam não usam. E mesmo médiuns que precisam levar um litro inteiro de bebida ou mesmo uma carteira inteira de cigarros ou uma caixa de charutos por trabalho, estão muito mais fazendo uso eles mesmos dessa quantia e fazendo seus guias (que não necessitam disso) se afastarem. O principal problema é que ainda nem mesmo a maioria dos médiuns está ciente do porque as entidades fazem uso desses elementos durante um trabalho de Umbanda, quem dirá o povo de fora, que não conhece e critica totalmente a religião.
No próximo tópico: Vela preta, galinha morta e pinga, isso é usado na Umbanda? Os fundamentos da magia ritualística

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